Centro Acadêmico Sebastião da Hora - Medicina/UFAL
A situação de abandono ao qual está submetido o departamento de Anatomia é, de fato, uma marca vexatória no nome e no prestígio da Universidade Federal de Alagoas. Os problemas enfrentados, não só pelos estudantes de Medicina, mas por todos os cursos que têm a disciplina em suas grades, são tão óbvios que chegam a ser difíceis de descrever de forma individualizada. São condições patentes. O ICBS-Prado está em desacordo com qualquer norma de segurança seja em termos de precariedade estrutural, seja em termos de higiene. Para exemplificar além da evidente proliferação de fungos nas paredes e tetos caindo, é possível encontrar no ICBS-Prado, restos mortais de seres humanos dissecados abandonados a céu aberto, nos espaços fechados e até em uma sala onde se criam teias de aranha em um caixote sob uma pia. O ICBS-Prado não tem mais condições mínimas para receber nenhum tipo de aula. Os laboratórios anatômicos carecem de exaustores e o Formol deixou de ser há muito o meio mais adequado de conservar as peças. Não bastasse o uso dessa substancia cancerígena e extremamente inadequada, ela agora está em falta e os cadáveres estão em processo acelerado de putrefação. Tudo isso é só uma pequena parte das dificuldades que se apresentam no ICBS-Prado. Reiteramos que a situação lá encontrada é chocante e não pode mais ser aceita por nenhum estudante. Por muito tempo nos foram feitas promessas de que a situação iria melhorar, de que o novo prédio nas dependências da UFAL em breve seria inaugurado, mas a realidade não é bem assim. Há anos as obras foram iniciadas, mas atualmente se encontram em estágio de abandono e nós nos perguntamos o que afinal de contas aconteceu? Qual a justificativa.
Durante toda a história, a saúde adquiriu papel de vital importância no bem-estar social e, por isso, sempre foi valorizada e sinal de prestígio. E, não diferente disso, surgiu em Alagoas um reduto digno de Hipócrates para honrar a história em defesa da vida e do ser humano. No prédio que se localiza no Prado, as paredes são devoradas por fungos e o teto ameaça desabar sobre a cabeça de quem o frequenta. Naquele prédio, os cadáveres que ajudarão na manutenção da vida são destratados, jogados e desrespeitados, sendo vergonhoso tamanho descaso. Naquele prédio, o cheiro de formol invade as narinas e ataca os olhos, fica preso em uma sala ao ser barrado pelas fitas durex que seguram as janelas. As carteiras de estudo enferrujadas mancham as roupas brancas e põe em risco a integridade física dos estudantes. A decoração fica por conta de velhas imagens radiológicas, dispostas ao longo das janelas para prover a escuridão necessárias às aulas projetadas. Agora, por meio desta carta, os estudantes da saúde, clamam por um respeito à vida, aos estudantes e aos pacientes. Bradamos por respeito a tudo que cremos ao lutar pelo bem-estar da sociedade. Nós urramos em pedido de melhora: do jeito que está não pode ficar. Pedimos a todos que valorizam o cuidado, a saúde e a busca incessante pela cura dos sofrimentos da sociedade para que se juntem a nós nessa batalha para que UNIDOS possamos mudar essa triste realidade. A gravidade da situação exige que medidas drásticas sejam tomadas.


EXIGIMOS E PROPOMOS DE FORMA IMEDIATA:

·         A RETOMADA IMEDIATA DAS OBRAS DO ANATÔMICO DO ICBS – UFAL

·         ADOÇÃO DE MEDIDAS PROVISÓRIAS PARA GARANTIR A AULA DOS ESTUDANTES ENQUANTO A OBRA FICA PRONTA, PROPONDO:
o   A ADOÇÃO DE LABORATÓRIOS ANATÔMICOS IMPROVISADOS EM SALAS SUBUTILIZADAS DO CAMPUS DA UFAL A.C. SIMÕES;
o   A PARCERIA COM INSTITUIÇÕES DE ENSINO QUE POSSUAM LABORATÓRIOS DE ANATOMIA NO MUNICÍPIO, DANDO PREFERÊNCIA ÀQUELAS MAIS PRÓXIMAS DO CAMPUS A.C. SIMÕES;


·         UTILIZAÇÃO DE 50% DOS RECURSOS DESTINADOS À IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA MAIS MÉDICOS NA FACULDADE DE MEDICINA - FAMED PARA FINALIZAÇÃO DA CONSTRUÇÃO DO ICBS NA UFAL.

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