Vivenciamos
uma política de cada vez mais cortes do governo Dilma na educação,
só esse ano foram cerca de 7 bilhões. Sabemos que esses cortes
sucessivos na educação tem um alvo certo: nós estudantes. Para o
governo federal basta dizer que o corte é em áreas “não
obrigatórias”. Para nós, não temos dúvidas de que esse corte,
por si só, terá impactos maiores, inclusive nas áreas
“obrigatórias”. E é isso que já começamos a sentir de forma
cruel na UFAL.
A
assistência estudantil é um fator decisivo para a permanência dos
estudantes na universidade. Não é difícil encontrar alunos que
desistem do curso por não terem condições financeiras para pagar
suas passagens, almoços, xerox, etc. Sabe-se que é uma obrigação
da Reitoria e do Governo Federal garantir essas necessidades básicas
dentro da universidade. Porém o que vem acontecendo é bem diferente
do que deveria ser feito. No geral os estudantes para conseguirem uma
quantia MISERÁVEL de dinheiro, para se manter na universidade,
precisam trabalhar igual aos funcionários. Na prática
o que se faz é: quer assistência estudantil? Não tem condições
de pagar um almoço ou passagem? Então trabalhe para conseguir!
Como
se não bastasse, a reitoria insiste sempre em atrasar as bolsas,
como se não tivesse o mínimo de obrigação com a assistência dos
alunos. Colocam os estudantes para trabalhar durante as férias e
mesmo assim não pagam as bolsas no prazo que deveriam, além disso,
alegam que não há previsão para o pagamento. Até quando isso vai
continuar? Não estamos pedindo esmola, apenas algo que é nosso por
direito, uma obrigação da UFAL. Exigimos que a Reitoria trate com
prioridade a nossa permanência na universidade, não aceitaremos que
nossos direitos sejam negligenciados.
E
para isso, além da garantia que as bolsas estarão nas nossas contas
no dia certo, QUEREMOS BOLSA PARA ESTUDAR E NÃO PARA TRABALHAR!
Queremos mais bolsas para pesquisar, e desenvolver um trabalho em
conjunto com nosso aprendizado.
Relatos
da estudante de letras Nayane:
“Já
passei por maus bocados relacionados a questão financeira deste que
entrei na UFAL,problemas que quase me levaram a desistir do curso e o
dinheiro da bolsa é essencial para que eu me mantenha na UFAL ,assim
como acredito que seja essencial e de extrema ajuda para muitos dos
alunos.
Acho
um absurdo termos uma rotina tão semelhante a servidores
administrativos da UFAL, com uma carga horária fixa semanal. Em vez
deste trabalho que em nada se refere a nossa graduação, deveríamos
estar pesquisando e estudando nas áreas de extensão e pesquisa
presentes nas nossas graduações, pois sabemos que há necessidade
de evoluir sempre no que diz respeito ao conhecimento e a
universidade deveria além de apoiar, dar condições para nos
desenvolvermos, inclusive no que se refere às condições
financeiras. Muitos bolsistas chegam normalmente cansados em sala de
aula e não tem tempo para se aprofundar nos estudos, nem participar
de algum projeto realmente e diretamente ligado a área na qual
estudam.
Fico
chocada em notar que a assistência que temos é muito pouca e que
pelo que vejo não há previsão de aumento na bolsa, como também
não há previsão de pagamento. Uma bolsa que deveria ser paga a
cada quinto dia útil do mês, além de atrasar, agora não tem nem
ao menos previsão.”
Com
base nas reivindicações, exigimos um posicionamento imediato da
Reitoria sobre os atrasos das bolsas e que estas sejam repassadas
imediatamente. É um absurdo como o reitor Eurico Lobo negligencia
as necessidades dos estudantes. Não iremos ficar passivos e
aguentando esses atrasos! Os estudantes precisam desse dinheiro,
inclusive durante as férias, e iremos nos unir para lutar por isso!
Assistência estudantil é uma
PRIORIDADE!
Casado a isso, desafiamos o governo Dilma, que se diz tão preocupado em manter os direitos sociais intactos nesse “combo” de ajuste, no qual a educação sofreu mais um ataque brutal, a fazer a contenção de gastos suspendendo o pagamento da dívida que corrói cerca de metade do nosso orçamento anual, e que invista 10% do PIB na educação pública. Só assim caminharemos para a construção de uma educação verdadeiramente pública, gratuita, de qualidade que atenda às necessidades da juventude e dos trabalhadores do nosso país. Precisamos de mais investimento e não menos!
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