Niara Aureliano,
estudante de Comunicação Social e membro do DCE UFAL.
O DCE UFAL está participando da
“Jornada de Resistência, Luta, Memória e Justiça” promovida nacionalmente pela
Assembleia Nacional de Estudantes – Livre (ANEL), entidade que nossa gestão
constrói.
1964 - 2014: 50 anos de impunidade
Completa-se 50 anos do Golpe
Empresarial-Militar no mesmo ano em que acontece a Copa do Mundo no Brasil.
Assim como no período da ditadura, nos dias de hoje, o governo utiliza o
futebol para apontar que este é o país das maravilhas e o megaevento para
justificar a repressão aos movimentos sociais. O resgate da verdade e da
memória é fundamental para que a história não se repita.
Nos 21 anos de duração do regime,
os trabalhadores e estudantes foram alvos dos militares. Sindicatos sofreram
intervenções, a cultura foi censurada, trabalhadores foram perseguidos
politicamente, demitidos, ameaçados de morte, obrigados a fugirem de suas
cidades, presos, estuprados, torturados e mortos.
Com o fim da ditadura, em 1985,
os movimentos se organizaram para exigir reparação às vítimas do regime e
punição aos torturadores. Após muitos anos de luta, o reconhecimento por parte
do Estado e pelo movimentos dos trabalhadores veio como uma grande vitória
através dos processos de anistia. A luta pela anistia remete à punição para os
agentes de Estado que cometeram crimes durante o regime, os empresários e
empresas que o promoveram e financiaram, e também à reparação a todos que
lutaram contra ele e foram responsáveis pela sua derrubada.
Mas do mesmo modo que nós
resistimos, não nos enganemos, a ditadura é insistente. Os discursos
reacionários do Deputado Federal Jair Bolsonaro; a sutil defesa do crescimento
econômico do Brasil no período do golpe, embora explicado pela crescente
exploração e cessão de direitos da classe trabalhadora; a repressão da polícia
militar; as perseguições de estado aos ativistas utilizando a maldita “lei de
segurança nacional”, a aprovação de leis que transformam ativistas em
terroristas nos deixam um alerta de que a nossa luta contra a ditadura deve ser
permanente.
Movimento UFAL em Defesa da vida
Estamos construindo o 13º Ato do
Programa UFAL em Defesa da Vida, coordenado pela Pró-reitoria Estudantil. Com o
tema “50 Anos de Ditadura Militar no Brasil: Para que não se esqueça! Para que
nunca mais aconteça!”, o programa traz uma programação que se iniciou nos dias
31 de março e 1º de abril, mas segue durante todo ano.
Com o objetivo de relembrar os
terríveis acontecimentos da ditadura empresarial-militar, que beneficiou
grandes empresas e multinacionais instaladas no país, o evento de aniversário
dos 50 anos do golpe busca trazer à universidade o sentimento de indignação e
revolta perante a época mais sombria do país.
E, além disto, homenagear os
alagoanos mortos durante o regime: Odijas Carvalho de Souza, José Dalmo
Guimarães Lins, José Gomes Teixeira, Luiz Almeida Araújo (desaparecido),
Gastone Lúcia de Carvaho Beltrão, Manoel Lisboa de Moura, Túlio Roberto Cardoso
(desaparecido), Jayme Amorim de Miranda (desaparecido) e Manoel Fiel Filho.
Além destes, vários alagoanos e integrantes do DCE UFAL, em particular, foram
perseguidos e torturados neste obscuro período.
Lutar não é crime!
Desde o ano passado, os governos
intensificaram a repressão policial sobre os manifestantes, relembrando a
ditadura militar. Mais de 200 ativistas estão sofrendo inquérito policial.
Entre os quais, Matheus Gomes, militante da ANEL, está sofrendo processo junto
a outros ativistas do Bloco de Lutas de Porto Alegre. A acusação infundada de
“formação de milícia” é uma clara perseguição do Estado e uma tentativa de
intimidar o movimento que garantirão muita luta durante a copa da Dilma, da
Fifa e das empreiteiras.
Por outro lado, a instituição
mais questionada no Brasil é a truculenta e racista Polícia Militar que só
existe ainda em 7 países. Servindo como “cães de guarda” dos governos, reprimem
os ativistas sem respeitar os direitos humanos. É necessária a desmilitarização
da PM para que a segurança pública esteja à serviço da população e não dos
interesses das elites e coagida por seus comandantes.
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