Por Niara Aureliano, estudante de Comunicação e membro da atual gestão DCE.

No último dia 30, os estudantes de Comunicação Social da Universidade Federal de Alagoas, Marcio Anastacio e Abidias Martins, foram os vencedores do Prêmio Braskem de Jornalismo, considerado o “Oscar do Jornalismo”, na categoria estudante, o Prêmio Freitas Neto, com a reportagem “Riacho Salgadinho: um rio de lágrimas” (Confira a reportagem vencedora).

O Diretório Central dos Estudantes Quilombo dos Palmares vem parabenizar aos dois estudantes por conseguirem produzir, concorrer e ganhar um dos mais importantes prêmios do maior evento de jornalismo do estado. Certamente a produção dessa reportagem não foi uma tarefa fácil, sobretudo, pela falta de apoio da reitoria e pelo processo de precarização vivenciado pelo curso de Comunicação Social.


A Ascom/Ufal lançou uma matéria sobre a premiação dos alunos no portal da universidade intitulada “Ufal é vencedora do Prêmio Braskem de Jornalismo na categoria estudante”. A questão é: o prêmio não é da gestão da universidade, mas dos estudantes. Além da má vontade do reitor Eurico Lobo em resolver os problemas do curso, vemos também a contínua mania de fazer propaganda institucional, quando, na verdade, não houve nenhum auxílio aos alunos para que eles produzissem e concorressem ao prêmio.

E os problemas são muitos. Os laboratórios do Bloco de Comunicação Social (Cos) estão sucateados: os equipamentos dos laboratórios de rádio e telejornalismo têm, em média, 30 anos de uso – quando há equipamentos. Muitos professores compram equipamentos e outros materiais com o dinheiro de seus próprios salários. Baratas e escorpiões (sim, escorpiões) são insetos encontrados com recorrência nos laboratórios do Cos: a preocupação com a saúde dos estudantes, professores e técnicos também passa longe da atual gestão.

Por tudo isto: Eurico, este prêmio não é seu!


Segue nota do estudante Marcio Anastacio:

“FAZER PROPAGANDA INSTITUCIONAL É FÁCIL!
Eu só quero dizer, que a Ufal não ganhou prêmio nenhum, pois a instituição não nos deu nenhum apoio para a realização do nosso trabalho. No curso de comunicação, não dispomos dos equipamentos que utilizamos pra a realização da reportagem especial, que nos rendeu esse prêmio. Estudamos em laboratórios sucateados, vivemos durante todo o nosso curso sendo negligenciados por essas gestões. Conquistamos esse prêmio com nosso esforço e com a ajuda de amigos que não fazem parte da Ufal. Para fazer propaganda institucional a universidade é muito competente, mas para, pelo menos, matar os escorpiões e baratas que habitam os nossos laboratórios dos anos 80, competência não existe”.

2 comentários:

  1. Ao que tudo indica, a mesma estudante que cometeu o grande deslize do ano, também na Categoria Estudante, devido à acusação ao professor Aloísio Nunes, volta a fazer denúncias de forma desencontrada. Para começar, aponto o primeiro dos erros: o laboratório de TV, apesar de defasado, não possui cerca de 30 anos... Esse é o tempo, aproximado, de existência do curso. Ao falar em data, companheira de Jornalismo, devemos ter consistência em nossas palavras. Afinal, veracidade é tudo nessa profissão, não?
    Sim! Os alunos Marcio Anastacio e Abidias Martins merecem todo o nosso reconhecimento e mostraram que, de fato, mesmo sem uma boa estrutura somos capazes de ir além... Eles estão de parabéns e, assim como todos nós que fazemos Jornalismo, provaram que superar desafios também é um dos nossos ofícios - na academia, nas redações, na vida. No entanto, não entendo a revolta com uma matéria que coloca a Ufal no título, já que a universidade faz parte da formação desses discentes.
    Ouvi algumas pessoas dizerem que talento e dedicação a universidade não ensina... Isso é uma grande verdade. Mas, isso dá uma ideia de que os alunos estão prontos. Sendo assim, o que eles fazem na Ufal? Eles vão só para passar o tempo lá? Nenhum ensinamento contribuiu para a conquista desse prêmio? Bom, se a Ufal não faz parte dessa conquista, por que eles não procuram um emprego com "o talento e a dedicação" deles? A formação pesa, companheira... Principalmente, quando falamos em universidade federal.

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  2. Caro Felipe Lessa, tudo bom?
    Acredito que a denúncia não seja desencontrada, já que os próprios estudantes vencedores do prêmio fizeram um relato quanto ao fato da reitoria fazer auto propaganda e deixar o curso completamente esquecido.

    Temos de ter consciência de que obviamente a formação pesa, mas nesse caso, não temos nenhum pouco da formação que poderíamos ter, devido à precarização dos cursos na Ufal e PRINCIPALMENTE do curso de comunicação.

    Como membro da atual gestão, convido o mesmo para que compareça às reuniões do DCE e venha construir com a gente essa gestão que coloca o estudante e suas pautas em primeiro lugar.

    Obrigada pelo comentário.

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