Por Rafael Almeida, estudante de Serviço Social e membro do DCE.

Quem esteve nas principais vias da UFAL no dia 22 a tarde pôde, por um momento, reviver o espírito de mobilização que tomou conta do Brasil em Junho. Na semana em que a presidenta Dilma leiloou o petróleo do Campo de Libra, e concretizou a maior entrega de riqueza da história do país, o DCE “Quilombo dos Palmares”, ANEL e estudantes do Campus A. C. Simões, Residência Universitária,  do polo Palmeira dos Índios e Centros Acadêmicos, percorreram toda UFAL e entregaram  uma lista de reivindicação  à reitoria. A mobilização contou com cerca de 200 estudantes e conseguiu conquistar importantes vitórias
 A precarização do ensino e falta de estrutura na universidade é resultado da falta de investimento do Governo Federal na educação pública e está presente no cotidiano dos estudantes. E foi para discutir os problemas estruturais da universidade que o DCE convocou um assembleia no dia 09/10, visando construir uma democrática mobilização. Com o objetivo de ouvir a maioria dos estudantes, foi deliberada uma grande rodada de discussão nas bases, através de assembleias setoriais, para que cada curso elencasse suas reivindicações e as entregasse ao reitor num grande ato unificado no dia 22/10. O DCE, cuja gestão é construída  pela ANEL e independentes, cumpriu com seu dever e debateu com mais de 20 cursos da capital, do Agreste e do Sertão.
Uma nova Residência Universitária está sendo construída na UFAL. No entanto, além da demora na conclusão das obras, não há condições mínimas de moradia, transporte e principalmente segurança. A nova Residência se encontra nos fundos da universidade e não possui acesso a estabelecimentos de utilidade básica como farmácia, mercado e posto médico. Depois de muito diálogo, foi encaminhada  uma audiência com a presença de todos os residentes, da reitoria e do DCE  para discutir as debilidades e propostas  para a nova residência. A postura do DCE  ao intermediar as discussões foi bastante elogiada.  Segundo Jéssica, moradora da Residência : “Há muito tempo houve uma negação e um receio de chamar o DCE. Nesse momento, com essa nova gestão, sentimos segurança  para tocarmos as lutas do residentes. A contribuição do DCE foi fundamental para dar visibilidade e conquistar essa vitória parcial, porém importante.”

Outro importante avanço se deu nas demandas trazidas pelos estudantes do Polo Palmeira dos Índios. Lá, a luta é por mais professores, pela construção da Clínica-Escola do curso de Psicologia e, principalmente, pela renovação no contrato dos transportes que levam os estudantes ao polo. Dez  estudantes do interior participaram da mobilização e conseguiram uma audiência com a reitoria para o dia 01/11 em Palmeira dos Índios. A proposta é que a reitoria negocie com as prefeituras a renovação imediata dos contratos e ofereça auxílio-transporte aos que moram em outra cidades.


Em relação aos problemas do Campus A. C Simões, foi entregue uma carta com reivindicações e a reitoria se comprometeu a apresentar uma proposta para os principais problemas elencados, até  o dia 29/11. Essa apresentação será numa grande audiência com a participação do DCE e de todos os estudantes.

As vitórias alcançadas são muito significativas.  Ao dar respostas concretas para os moradores da Residência Universitária e os estudantes de Palmeira dos Índios, iniciamos um novo momento de lutas para  movimento estudantil da UFAL. Construímos um importante canal de diálogo com a reitoria e chamamos a atenção da sociedade alagoana para os problemas que vivenciamos em nossa universidade.  A lição a ser aprendida é que uma mobilização só pode ser vitoriosa se for unificada, democrática e massiva; se buscarmos, ao máximo, a discussão  com a maioria dos estudantes nas passagens em sala, reuniões e assembleias.  É necessário também o apreço pela unificação da capital com o interior, pois quanto maior a unidade mais fácil será a vitória. Por fim, pode-se dizer agora,  que temos um DCE democrático, aberto e livre. Uma gestão que constrói a ANEL,  a entidade nacional que vai à luta por uma "Educação sem catracas", e que está balançando o chão da UFAL! 



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