As lutas vêm sendo parte do cotidiano da juventude. Viver com pouco
dinheiro, pegar ônibus lotados com tarifas absurdas, pagar caro para
comer ou para tirar xerox... tudo isso é parte de um cotidiano que
nenhum de nós suporta. E se esforçar para conquistar uma vaga numa
Universidade que não é do tamanho dos nossos sonhos também não é legal.
É claro que uma hora nós, jovens, iríamos dar o troco nos governos e
empresários que lucram com nosso sofrimento. Junho colocou a juventude
brasileira no mapa dos indignados do mundo todo. As recentes ocupações
de reitoria da USP e Unicamp mostram que o movimento estudantil pode ser
um instrumento de lutas para conquistar avanços para a juventude.
Dentro das universidades federais, e, em particular, da nossa UFAL, há
diversos problemas: temos uma universidade precarizada, com déficit de
professores em vários cursos, falta de infraestrutura e de assistência
estudantil efetiva. Tudo isto porque o investimento em educação por
parte do governo federal é muito pequeno.
Infelizmente, o
governo Dilma prefere construir um projeto de educação que só atende aos
interesses dos ricos. Enquanto isso, a maioria da população sequer tem
acesso ao ensino superior. O Brasil é um país ótimo para os empresários,
as indústrias automobilísticas e banqueiros, mas péssimo para
pesquisadores, professores e estudantes. Se o governo investisse 10% do
PIB em educação, como defendem os movimentos sociais, seria possível
termos mais pesquisa, melhores equipamentos nos laboratórios, mais
bolsas, mais professores e um longo etc.
No entanto, a luta dos
estudantes pode mudar os rumos da UFAL e a ferramenta para organizar
esta luta é o Diretório Central dos Estudantes. Recentemente, a “Semana
de lutas por uma UFAL sem catracas” deu o pontapé num amplo movimento de
reivindicações, construído pelo DCE e por vários estudantes organizados
em centros acadêmicos ou independentes.
É possível termos vitórias com:
a) Democracia. Construir as lutas a partir das ideias mais amplas
possíveis, de vários grupos estudantis. Ouvir as mais distintas opiniões
e incorporá-las. Diferente da antiga gestão que usava o DCE como uma
ferramenta de autoconstrução, a atual gestão entende que, independente
de grupos políticos, o mais importante é unir cada vez mais estudantes
para conseguir a UFAL que queremos.
b) Unidade. Se estivermos
unidos, enquanto estudantes, poderemos ser capazes de dobrar a reitoria e
o governo federal. A universidade é palco de distintas opiniões,
distintas ideológicas. É fundamental o debate político, os espaços de
polêmica, de apresentação de divergências. Mas devemos estar unidos para
exigir do governo Federal mais investimentos e uma Universidade melhor.
Por isso, o que vem guiando a nossa gestão é a democracia e a unidade
dos estudantes. O próximo passo após a mobilização: rodada de
negociações com a reitoria e seguir alerta! O primeiro processo de lutas
desencadeado já nos trouxe vitórias: os estudantes que estavam sem vaga
para comer na residência já conseguiram finalmente a garantia deste
direito; obrigamos a reitoria a negociar com os estudantes e abrir um
amplo espaço de debate com os estudantes a ser realizado no começo de
dezembro.
Para dar continuidade, esta semana haverá dois
importantes espaços de discussão. O primeiro deles será com os
estudantes da residência universitária. Estes nossos companheiros e
companheiras estão passando por grandes problemas: depois de anos,
ficaram prontas as novas instalações da residência universitária,
construídas nos fundos do Campus A.C. Simões, num local onde falta
estrutura, conveniência, sobretudo, segurança.
Nesta sexta feira, Palmeiras dos Índios irá se reunir com o reitor para discutir as pautas de reivindicações dos estudantes. Nessa reunião se debaterá a
renovação dos contratos dos transportes, a responsabilização da reitoria ao acesso à Universidade e dialogue com as
prefeituras da região. Além disso, é mais que urgente o aumento de
bolsas permanência e auxílio transporte.
Queremos reafirmar o compromisso do DCE com a organização, disposição
de luta e unidade aliada à democracia. Só podemos confiar na nossa
mobilização para conquistar vitórias. Não estamos dando nenhuma carta
branca à reitoria. Sabemos que só a nossa luta trará vitórias. Seremos
todos residentes e estudantes de Palmeira dos Índios até que estes
problemas sejam resolvidos.
AGENDA: 31.10 [22h30] – reunião na residência universitária; 01.11 [13h] – reunião com o reitor em Palmeira dos Índios.
Por Angela Caroline, estudante de história, residente e membro do DCE.
0 comentários:
Postar um comentário