O mês de outubro começou com atos, repressões, ocupações pelo Brasil a fora. Reflexos do mês de Junho, mês que entrou na história do Brasil, por ter nos ensinado que na rua, nas mobilizações temos o poder de mudar o rumo do país.

Ontem, o Brasil pipocou em algumas cidades: Natal, a juventude potiguar foi para audiência pelo Passe Livre na Assembleia da cidade para pressionar os vereadores da casa para aprovar o Passe Livre para estudantes e desempregados; no Rio de Janeiro, os professores em greve estão na luta há 58 dias por melhorias salariais e ontem em um ato, foram duramente reprimidos pela polícia de Cabral; e em São Paulo, os estudantes da USP ocuparam à reitoria da universidade por mais democracia sobre a estrutura de poder e as eleições para reitor com toda a comunidade universitária.

Não é novidade para ninguém que as reitorias das Universidades do Brasil são um exemplo de antidemocracia. Aqui na UFAL, no final do ano passado vivenciamos bem isso: no dia da aprovação da EBSERH, no CONSUNI, o reitor Eurico Lobo numa ação arbitrária, reuniu os conselheiros numa sala a parte, e aprovou a privatização do HU de Alagoas.

Na USP, o que os estudantes paulistanos vivenciam é uma realidade antidemocrática. O atual reitor, João Geraldino Rodas, não foi eleito pela comunidade, e sim, pelo governador do Estado, José Serra, na época. Com essa situação, as entidades de professores, estudantes e funcionários, tentaram acompanhar a discussão do Conselho Universitário, mas foram impedidos de participar! E Rodas foi o mesmo reitor que em 2011 reprimiu com muita violência a ocupação de reitoria da USP.


Com um histórico de anos de falta de democracia, os estudantes fartos, ocuparam junto com o apoio da comunidade para reivindicar o fim da lista tríplice, eleição direta e paritária para reitor, e a paridade na composição de todos os conselhos da universidade. E nós, do DCE UFAL - Quilombo dos Palmares, apoiamos essa ocupação justa protagonizada pelos estudantes na luta por democracia na USP. E uma ocupação, que junto das repressões que estão acontecendo contra ativistas neste momento, nos faz questionar a democracia que vivemos. Uma democracia que só serve aos ricos e grandes, como João Rodas e Eurico Lobo, e ao povo, à comunidade repressão e violência.

Por Laís Cavalcante, estudante de Letras e membro do DCE UFAL.

0 comentários:

Postar um comentário